Penei para chegar até lá. Já tinha passado perto várias vezes, mas a ausência de um mapa com os pontos turísticos (ou talvez nem tão turísticos) complicou o acesso. Desci pelo Vedado, na rua em frente à Universidad de La Habana. Já quase no final, à direita, encontrei o famoso beco. É como se fosse o Beco da Gal, no Garcia, em Salvador. Nos domingos, rumba e drinks fazem a festa... e tudo de graça para cubanos e turistas. Aliás, o drink custa cerca de 5 CUC.
Assim que entrei, vislumbrado pelo visual que remetia a alguma casa mística brasileira, fui recepcionado por um negro forte que me perguntou de onde eu era. Falar que é brasileiro pode despertar os mais diferentes comportamentos. De que parte do Brasil? perguntou o “recepcionista”. Salvador de Bahia, respondi. Outro negão, que observava o desenvolvimento de um novo quadro pelo próprio Salvador González, pulou um minha frente, olhos nos meus olhos, chamou atenção do meu cicerone e foi efusivo: Não há Candomblé como o de Salvador. É muito bonito. Ele voltou, sentou-se atrás do artista novamente e continuou admirando a obra.
Eu fui fotografar, mas fiz poucas fotos. Havia coisas em Havana que eu só queria fotografar com os meus olhos, sem precisar mostrar para mais ninguém ou só recordar por conta da foto. Recordaria sempre por ser tão especial.
Saí de lá com uma sensação indescritível e subi pro Vedado pelo mesmo caminho de antes, mas cheio de arrepios a cada lembrança.
Callejon de Hamel Mojubá!!
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