Leia antes de prosseguir

O que lerão a seguir não é pretensiosamente jornalístico apesar de eu ser formado em jornalismo. São simples recortes cubanos sob o meu olhar curioso, despretensioso quanto a algo educativo, cultural e até mesmo informativo. Por aqui, nada que eu não conte numa mesa de bar, talvez até com mais ênfase, pois os saberes são intercambiados. Portanto, se quiseres criticar o regime cubano, vá a alguma publicação que aceite seus argumentos, pois os comentários aqui serão moderados e não tolerarei disparates com relação à linguagem. Podemos até fazer algum debate sobre, mas reservo a mim o poder de decisão sobre publicar ou não algo que considere ofensivo a mim ou a qualquer outro item não listado aqui. Desculpem o ocasional baianês, mas é o meu jeito de escrever. Desculpem também a falta de linearidade. Como disse, não há pretensões extensas com a publicação desses recortes que não seja a da simples leitura de quem se interessar. Não quero criar discussões acerca do socialismo comparado ao capitalismo, liberdade de imprensa, liberdades individuais e outros argumentos que não nos levam a lugar algum.

30/05/2012

Callejon de Hamel

Essa rua, que poderíamos chamar de beco, transpira cultura. Desde sua entrada, cores e formas encantam os visitantes. O projeto do artista plástico Salvador González, com ajuda da população local, revitalizou o beco e criou um espaço cultural com esculturas, pinturas, rumba, misticismo e o ateliê do próprio artista.


Penei para chegar até lá. Já tinha passado perto várias vezes, mas a ausência de um mapa com os pontos turísticos (ou talvez nem tão turísticos) complicou o acesso. Desci pelo Vedado, na rua em frente à Universidad de La Habana. Já quase no final, à direita, encontrei o famoso beco. É como se fosse o Beco da Gal, no Garcia, em Salvador. Nos domingos, rumba e drinks fazem a festa... e tudo de graça para cubanos e turistas. Aliás, o drink custa cerca de 5 CUC.

Assim que entrei, vislumbrado pelo visual que remetia a alguma casa mística brasileira, fui recepcionado por um negro forte que me perguntou de onde eu era. Falar que é brasileiro pode despertar os mais diferentes comportamentos. De que parte do Brasil? perguntou o “recepcionista”. Salvador de Bahia, respondi. Outro negão, que observava o desenvolvimento de um novo quadro pelo próprio Salvador González, pulou um minha frente, olhos nos meus olhos, chamou atenção do meu cicerone e foi efusivo: Não há Candomblé como o de Salvador. É muito bonito. Ele voltou, sentou-se atrás do artista novamente e continuou admirando a obra.

Eu fui fotografar, mas fiz poucas fotos. Havia coisas em Havana que eu só queria fotografar com os meus olhos, sem precisar mostrar para mais ninguém ou só recordar por conta da foto. Recordaria sempre por ser tão especial.

Saí de lá com uma sensação indescritível e subi pro Vedado pelo mesmo caminho de antes, mas cheio de arrepios a cada lembrança.

Callejon de Hamel Mojubá!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário