Leia antes de prosseguir

O que lerão a seguir não é pretensiosamente jornalístico apesar de eu ser formado em jornalismo. São simples recortes cubanos sob o meu olhar curioso, despretensioso quanto a algo educativo, cultural e até mesmo informativo. Por aqui, nada que eu não conte numa mesa de bar, talvez até com mais ênfase, pois os saberes são intercambiados. Portanto, se quiseres criticar o regime cubano, vá a alguma publicação que aceite seus argumentos, pois os comentários aqui serão moderados e não tolerarei disparates com relação à linguagem. Podemos até fazer algum debate sobre, mas reservo a mim o poder de decisão sobre publicar ou não algo que considere ofensivo a mim ou a qualquer outro item não listado aqui. Desculpem o ocasional baianês, mas é o meu jeito de escrever. Desculpem também a falta de linearidade. Como disse, não há pretensões extensas com a publicação desses recortes que não seja a da simples leitura de quem se interessar. Não quero criar discussões acerca do socialismo comparado ao capitalismo, liberdade de imprensa, liberdades individuais e outros argumentos que não nos levam a lugar algum.

28/05/2012

NEM TÃO SOZINHO

Viajei a Cuba sozinho. Aliás, não exatamente só. Levei comigo dois amigos que encontrei em prateleiras de livrarias faz algum tempo. O Fernando me explicara Cuba através de uma grande reportagem feita nos idos de 76, depois de sua primeira viagem à Ilha. Já o Airton me apresentou Havana, seu povo, suas maravilhas e seus sabores.

Fernando Morais¹ escreveu um dos seus livros de maior sucesso, A Ilha, em 1976, época na qual o Brasil vivia sob regime militar e que era proibido ir a Cuba. Na edição que tinha em mãos, um novo prefácio escrito pelo autor dava impressões de Cuba após 25 anos da primeira edição.

Airton Ortiz², através de suas “Expedições Urbanas”, passara cerca de um mês em La Habana e pôde aproveitar sensações incríveis descritas em crônicas valiosíssimas para viajantes “donzelos” que nem eu, que nem sabia por onde começar.

Bom, comecei por onde muitos turistas começam e fui visitar um paraíso na América Central chamado Varadero. Um resort, mojitos, praia, piscina, cerveja, salsa, all inclusive... Permiti-me três dias de férias propriamente ditas. Cubanos, só trabalhando. Muito mais turistas de todas as partes do mundo: Argentina, México, Suíça, Alemanha... Poucos brasileiros. Aliás, creio que entre 16 e 19 de maio de 2012 eu era o único brasileiro naquele resort. Na hora de ir embora, ouvi meu idioma bem falado e sem sotaque estrangeiro. Um casal de brasileiros começava sua estadia enquanto eu seguiria para Havana, cheio de perspectivas, mas sem o olhar burguês que me acostumara ter no Brasil. Esse olhar burguês sempre combato, mas assumo a condição e retalio minhas sensações mais consumistas para evitar exageros.

¹ Fernando Morais é jornalista
² Airton Ortiz é jornalista, escritor e fotógrafo. É criador do gênero Jornalismo de Aventura. O livro dele citado é Expedições Urbanas: Havana.

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