Leia antes de prosseguir

O que lerão a seguir não é pretensiosamente jornalístico apesar de eu ser formado em jornalismo. São simples recortes cubanos sob o meu olhar curioso, despretensioso quanto a algo educativo, cultural e até mesmo informativo. Por aqui, nada que eu não conte numa mesa de bar, talvez até com mais ênfase, pois os saberes são intercambiados. Portanto, se quiseres criticar o regime cubano, vá a alguma publicação que aceite seus argumentos, pois os comentários aqui serão moderados e não tolerarei disparates com relação à linguagem. Podemos até fazer algum debate sobre, mas reservo a mim o poder de decisão sobre publicar ou não algo que considere ofensivo a mim ou a qualquer outro item não listado aqui. Desculpem o ocasional baianês, mas é o meu jeito de escrever. Desculpem também a falta de linearidade. Como disse, não há pretensões extensas com a publicação desses recortes que não seja a da simples leitura de quem se interessar. Não quero criar discussões acerca do socialismo comparado ao capitalismo, liberdade de imprensa, liberdades individuais e outros argumentos que não nos levam a lugar algum.

28/05/2012

A difícil tarefa brasileira de educar seus cidadãos

Se eu perguntar aqui, aos cidadãos brasileiros que estão lendo esse artigo, quantos estudaram em escolas públicas em algum momento da vida estudantil, creio que teremos um equilíbrio (estou sendo otimista?). Se eu perguntar a todos os moradores do Vedado (bairro havanês), por exemplo, a mesma interrogativa, 100% me responderá que sim.

Quando saí do primário para o ginásio (era assim que chamavam antes de mudar para ensinos fundamental, médio e superior), minha mãe comprou um lugar na fila para me matricular numa escola pública. Era difícil dada a grande procura, mas não por qualidade de ensino e, sim, por quantidade escassa, tal qual escassez de vagas. Isso nos idos de 1994.

Em Cuba, depois do triunfo do Socialismo, todos os quartéis foram desocupados e transformados em escolas e todo cidadão tinha seu direito à educação assegurado. Não há escolas particulares. O governo cubano moralizou a educação no país e, praticamente, está livre do analfabetismo. Entre as estatísticas divulgadas, menos de 1% pode ser considerada analfabeto, porém, de acordo com o desejo do cidadão.

O cidadão cubano não é obrigado a estudar, mas se obriga a estudar e alimentar o seu espírito. Antes de viajar, vi um relato em um blog no qual uma psicóloga cubana em passagem pelo Brasil fora convidada para churrascos e banquetes. Concluiu, a psicóloga, que no Brasil há fartura de comida que não coopera com a saúde do cidadão, há “fartura de desperdício” e escassez de cultura. Ela queria ver um show de Gilberto Gil mas alertaram que era muito caro. Mais caro que as cervejas e os quitutes por aqui fartos? Perguntou... Respondeu para si mesma, creio, que alimentar o espírito não enche a pança e que havia muitos brasileiros “cabrestados” a encher a pança e se tornarem obesos mais tarde (aqueles que já não estavam). Enquanto isso o Titãs ainda canta: “A gente não quer só comida/A gente quer comida diversão e arte”. A “gente” quem???

É possível ver estudantes pelas praças quando os mesmos já estão no caminho de casa. Alguns namoram, jogam conversa fora, tomam helados (sorvetes), são jovens cheios de esperanças por mais que se diga o contrário por aqui...

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