Quando saí do primário para o ginásio (era assim que chamavam antes de mudar para ensinos fundamental, médio e superior), minha mãe comprou um lugar na fila para me matricular numa escola pública. Era difícil dada a grande procura, mas não por qualidade de ensino e, sim, por quantidade escassa, tal qual escassez de vagas. Isso nos idos de 1994.
Em Cuba, depois do triunfo do Socialismo, todos os quartéis foram desocupados e transformados em escolas e todo cidadão tinha seu direito à educação assegurado. Não há escolas particulares. O governo cubano moralizou a educação no país e, praticamente, está livre do analfabetismo. Entre as estatísticas divulgadas, menos de 1% pode ser considerada analfabeto, porém, de acordo com o desejo do cidadão.
O cidadão cubano não é obrigado a estudar, mas se obriga a estudar e alimentar o seu espírito. Antes de viajar, vi um relato em um blog no qual uma psicóloga cubana em passagem pelo Brasil fora convidada para churrascos e banquetes. Concluiu, a psicóloga, que no Brasil há fartura de comida que não coopera com a saúde do cidadão, há “fartura de desperdício” e escassez de cultura. Ela queria ver um show de Gilberto Gil mas alertaram que era muito caro. Mais caro que as cervejas e os quitutes por aqui fartos? Perguntou... Respondeu para si mesma, creio, que alimentar o espírito não enche a pança e que havia muitos brasileiros “cabrestados” a encher a pança e se tornarem obesos mais tarde (aqueles que já não estavam). Enquanto isso o Titãs ainda canta: “A gente não quer só comida/A gente quer comida diversão e arte”. A “gente” quem???
É possível ver estudantes pelas praças quando os mesmos já estão no caminho de casa. Alguns namoram, jogam conversa fora, tomam helados (sorvetes), são jovens cheios de esperanças por mais que se diga o contrário por aqui...
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